quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O obelisco negro de Salmaneser

O Obelisco Negro de Salmaneser III é um artefato que o arqueólogo Henry Layard encontrou, em 1846, na antiga cidade de Nínive. É um dos mais antigos artefatos arqueológicos a se referir a um personagem bíblico: o rei hebreu Jeú. Data de 841 a.C. e se encontra atualmente no Museu Britânico de Londres. 

Para deixar gravado em pedra a lembrança da submissão de certos países, o rei assírio Salmanasar III (859-824 a. C.) fez representar algumas cenas de entrega de tributo num monumento de pedra de 1,98 m de altura. Estas cenas se dividem em registros ao redor do monumento, sendo cada registro acompanhado de uma linha explicativa. Os especialistas em escrita cuneiforme traduziram as quase 200 linhas de textos desse rei. Elas falavam de vários governantes de diversos lugares que haviam presenteado Salmanasar III e lhe prestado homenagem, prostrando-se diante dele. 

O segundo registro a partir de cima está consagrado ao tributo de Jeú ou de seu embaixador, em nome da tribo de Israel, prostrado ante Salmanasar, com o rosto em terra. A linha explicativa diz o seguinte: 

Tributo de Jeú, filho de Omrí: recebi dele prata, ouro, uma tigela de ouro, um recipiente de ouro, taças de ouro, baldes de ouro, estanho, um cetro para a mão do rei e armas. 


Imagens: 

 

 


 
Shalmaneser III foi rei de Assíria de 859 a.C. a 824 a.C. Era filho de Ashurnasirpal II. O seu longo reinado foi marcado por uma série constante de campanhas militares contra as tribos dos povos orientais seus vizinhos. Combateu contra a Babilónia, aMesopotâmia, a SíriaKizzuwadna e Urartu.
Os seus exércitos penetraram até ao lago Van e aos montes Taurus. Os Povos Hititas de Carchemish foram obrigados a pagar tributos ao novo soberano. Os reinos de Hamath e de Aram foram submetidos ao seu poder. Tiro Foi cercada durante cinco anos por Shalmaneser III, que contou com o auxílio dos Fenícios do continente. Em 853 a.C. formou-se uma coligação dos reinos do EgiptoHamathArvad, as amonites, “Ahab de Israel” e outros estados das vizinhanças, sob o comando rei Hadadezerde Damasco.
Este exército conjunto conseguiu infligir algum atraso nas conquistas do rei assírio na batalha de Qarqar.
Entretanto, Shalmaneser III, persistente nas suas tentativas de submeter Israel e a Síria, continuou com a guerra que seguiu pelos anos de 849 a.C. e em 846 a.C. Em 842 a.C., Shalmaneser III, promoveu mais um combate, desta vez contra Hazael e Hadadezer, forçando a que as paredes da sua capital fossem o seu refúgio. Shalmaneser III foi incapaz de capturar Damasco; no entanto, devastou todo o seu território. Jehu de Israel (cujos os embaixadores são representados no Obelisco Preto existente no museu britânico), junto com as cidades fenícias, enviou-lhe por cautela um tributo em 841 a.C. A Babilónia acabou por ser conquistada e também os terrenos húmidos dos caldeus mais ao sul.
No ano de 836 a.C. Shalmaneser III enviou uma expedição contra Tibareni (Tabal) que foi seguida por outra contra a Capadócia, e em 832 a.C. mandou ainda outra campanha militar contra Urartu. Depois destes combates, e já sentindo o peso da idade, o rei entregou o comando de seus exércitos ao Tartan (comandante-chefe) do turtānu Dayyan-Assur. Seis anos mais tarde, Nineveh e outras cidades revoltaram-se contra ele sob o comando do seu filho, Assur-danin-pal. Esta guerra civil durou dois anos, até que a rebelião foi por fim parada por Shamshi-Adad V, outro filho de Shalmaneser III. Pouco tempo depois desta última vitória, Shalmaneser III morreu.
Para a posterioridade ficou um palácio em Calah, e diversas edições dos anais reais que contam as suas campanhas militares.
Segundo a lista dos reis da Assíria, ele reinou por quinze anos, sendo precedido por seu pai Ashurnasirpal II e sucedido por seu filho Shamshi-Adad V
 

 

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