segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

pode responder dúvidas sobre eventos bíblicos



Segundo um novo estudo, o Mar Morto quase desapareceu cerca de 120.000 anos atrás, e isso pode acontecer de novo.
Os pesquisadores perfuraram mais de 460 metros em uma das partes mais profundas do local para chegar a essa descoberta, que vem em um momento em que o Mar Morto está se encolhendo rapidamente, as nações do Oriente Médio estão lutando por direitos de água, e especialistas estão debatendo se ele poderia secar completamente nos próximos anos.
Os novos dados também estão ajudando a explicar a história geológica que corta os tempos bíblicos. As pesquisas podem oferecer oportunidades de verificar se os terremotos destruíram as cidades de Sodoma e Gomorra ou se a seca explicam porque José trouxe israelitas para o Egito para escapar da fome.
“Vemos muitas dessas histórias diferentes na Bíblia, sobre anos de vacas gordas e de vacas magras”, disse Steven Goldstein, geoquímico da Universidade de Columbia em Nova York. “Há intervalos onde parece que ele era uma terra de leite e mel, e períodos sem água, chuva e com muita fome”.
A nova pesquisa começou não como uma tentativa de investigar acontecimentos bíblicos, mas para entender a história do Mar Morto, que está secando a taxas dramáticas nas últimas décadas.
Como resultado da evaporação e intensa demanda humana por água, a superfície do mar diminuiu 23 metros de 1930 a 2000. E a taxa de encolhimento parece estar acelerando. De 2000 a 2008, os níveis caíram 8 metros, mais outros 1,5 metros em apenas 2010.
Os cientistas têm debatido por muito tempo se o mar poderia secar totalmente. Como a água é muito salgada e as moléculas de sal e água se atraem mutuamente, os estudos de modelagem têm sugerido que uma certa quantidade de água permanecerá sempre lá.
Para ver se a história poderia ajudar a resolver esse debate, uma equipe internacional de pesquisadores perfurou os sedimentos do Mar Morto em território israelense em um ponto apenas ligeiramente mais raso do que ponto mais profundo do local, que fica do outro lado da fronteira, na Jordânia. Eles analisaram sedimentos de 200 mil anos.
A um nível correspondente com 120 mil anos atrás, durante um período quente entre eras glaciais, os pesquisadores descobriram uma camada de pequenos cristais em cima de 45 metros de depósitos de sal grosso. Eles assemelham-se a rochas que normalmente aparecem nas praias do mar – o que sugere que uma das partes mais profundas do local já foi seca pelo menos uma vez no passado.
“Parece que o Mar Morto pode ter secado ou ficado muito perto da secagem sem intervenção humana”, disse o geoquímico Emi Ito.
Aquele período foi muito mais seco e quente do que hoje, com menor umidade e menos água fluindo para dentro do mar. Sendo assim, alguns especialistas duvidam que o local secará por completo, ou desaparecerá completamente no futuro, mesmo que diminua a um ritmo alarmante.
Ainda assim, não há nenhuma maneira de saber como as intervenções humanas modernas interagirão com as mudanças climáticas futuras para afetar o Mar Morto. E se o Mar Morto pode ficar seco uma vez, a preocupação é de que isso poderia acontecer novamente, aumentando a probabilidade de guerras pela água e perda de formas de vida que consigam prosperar em tais águas salinas.
Enquanto isso, historiadores e estudiosos da Bíblia acompanham as pesquisas para ver o que os próximos estágios do estudo dirão sobre o passado do local, que revela detalhes do clima e terremotos de épocas remotas.
O Livro XV da Antiguidade dos Judeus, por exemplo, descreve um terremoto que destruiu a Judéia e matou 30.000 pessoas. E o Livro de Josué conta a história de um terremoto que derrubou as muralhas de Jericó e fez o rio Jordão parar de fluir, permitindo que os israelitas passassem. Talvez o Mar Morto tenha respostas para estes mistérios antigos


Saiba Mais sobre o Mar Morto


Mar Morto (em hebraicoים המלחtransl.  Yam ha-Melah; em árabeالبحر الميت, transl.  Al Bahr al Mayyit) é um lago de água salgada do Oriente Médio.

Com uma superfície de aproximadamente 1050 km2, correspondente a um comprimento máximo de 80 quilômetros e a uma largura máxima de 18 km, é alimentado pelo Rio Jordão e banha a Jordânia e a Israel. Nos últimos 50 anos, o Mar Morto perdeu um terço da sua superfície, em grande parte por causa da exploração excessiva de seu afluente, única fonte de água doce da região, para além da natural evaporação das suas águas. Contudo, os especialistas são de opinião que, dentro de alguns anos, esta perda tenderá a se estabilizar, paralelamente a estudos que levem à sua conservação e preservação; portanto, o desaparecimento do Mar Morto não aconteceria, segundo estes, nem hoje nem no futuro
Atualmente, a contínua perda das suas águas (como já se referiu tem as suas causas na cada vez maior captação das águas do Rio Jordão, por parte das autoridades de Israel e Jordânia) causa uma contínua redução em sua área e profundidade, relativamente ao nível médio das águas do Mar Mediterrâneo. No ano de 2004, este nível estava próximo de 417 m abaixo do nível médio do Mar Mediterrâneo, o que faz com que seja a maior depressão do mundo, e a tendência é o aumento deste desnível durante o século XXI.
O Mar Morto tem esse nome devido à grande quantidade de sal por ele apresentada, dez vezes superior à dos demais oceanos, donde decorre a escassez de vida em suas águas, havendo apenas alguns tipos de arqueobactérias e algas. Qualquer peixe que seja transportado pelo Rio Jordãomorre imediatamente, assim que desagua neste lago de água salgada. A sua água é composta por vários tipos de sais, alguns dos quais só podem ser encontrados nesta região do mundo. Em termos de concentração, e em comparação com a concentração média dos restantes oceanos em que o teor de sal, por 100 ml de água, não passa de 3 g, no Mar Morto essa taxa é de 30 a 35 g de sal por 100 ml de água, ou seja, dez vezes superior.
A designação de Mar Morto só passou a ser utilizada a partir do século II da era cristã. Ao longo dos séculos anteriores, vários foram os nomes pelos quais era conhecido, entre outras fontes, a Bíblia, concretamente alguns dos Livros do Antigo Testamento. Assim, nos Livros Génesis 14,3 e Josué 3,16 aparece com o nome de Mar Salgado. Com o nome de Mar de Arabá aparece em Deuteronómio 3,17 e em II Reis 14,25. Já em Joel 2,20 e Zacarias14,8 surge como Mar Oriental. Fora da BíbliaFlávio Josefo denominou-o Lago de Asfalto e o Talmude designou-o por Mar de Sodoma e Mar de Lot, entre outros nomes que ele recebeu.
O Mar Morto contém a água mais salgada do mundo. Essa grande quantidade de sal aumenta sua flutuabilidade, e os banhistas bóiam facilmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário